quinta-feira, junho 30

Série - Poetas dos 80's



"Hoje sei que vendo meu bacalhau, mas meu lance mesmo é a poesia, que eu mastigo e vomito no público".
(Cazuza - 1984)

O maior poeta do rock brasileiro desde Raul Seixas começou trabalhando em gravadoras, até que conheceu um grupo de rock iniciante em sua cidade natal, o Rio de Janeiro. A tal banda virou o Barão Vermelho, e foi como seu vocalista que Cazuza se tornou conhecido no emergente cenário rock brasileiro do início dos anos 80. Após gravar três álbuns com o Barão, dentre eles o clássico Maior Abandonado (84), o cantor sentiu ser hora de partir para uma trajetória-solo, que iniciou com Exagerado (85).

Grande poeta e cantor energético, ele conseguiu misturar a tradição poética das letras da MPB com o pique do rock and roll, fato que para muitos seria impossível de ser concretizado. O álbum Ideologia (88) marcou o auge de sua trajetória artística, repleto de grandes canções como Brasil, Faz Parte do Meu Show, Boas Novas e a faixa título. Após uma brava luta contra o vírus HIV, Cazuza morreu em julho de 1990 com apenas 32 anos, deixando como legado uma obra consistente, que certamente servirá de modelo para gerações e gerações.


ALTA ANSIEDADE
Cazuza
Se marco uma entrevista às 2
1:15 já fumei 10 cigarros
Se vou gravar uma faixa
A mesa do estúdio está quebrada
Não sei esperar, não sei esperar
E a minha vida é um engarrafamento
Se tenho uma festa às 10
8:30 já estou pronto
Fico balançando os pés
Sentado na beira da cama
O tempo não passa pra mim
Quero mais velocidade
Várias coisas ao mesmo tempo
Não quero esse bonde lento
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