quarta-feira, maio 18
Fenômeno nacional: nascia a Blitz
Regina Casé no centro, com a mão direita (dela!) sob o queixo de Nina de Pádua (essa do anúncio do Mundial) e a direita sob o queixo de Patrícia Travassos. Evandro Mesquita na ponta direita. Não reconheci o Luiz Fernando Guimarães (tá mais pro cabeludo da esquerda)
Capa do primeiro álbum da Blitz
Assim como a Gang 90, os atores do grupo teatral carioca Asdrúbal Trouxe o Trombone experimentavam um enfado com a caduquice e o excesso de seriedade da música brasileira. Numa temporada dividida com Marina no Teatro Ipanema, em idos de 1981, o asdrúbal Evandro Mesquita e o baterista Lobão (ex-Vímana) tiveram a idéia de montar uma banda de rock teatral. Deste último, veio o nome: Blitz, já que eles estavam sempre sendo parados nas batidas policiais.
Juntando a irreverência praieira do Asdrúbal a um rock direto, cantado por uma dupla de meninas bonitas (Márcia Bulcão e Fernanda Abreu), a banda caiu como uma luva no espaço para shows que abriu em pleno verão de 1982 na praia do Arpoador: o Circo Voador. Com Ricardo Barreto (guitarra), Antônio Pedro (ex-Mutantes, baixo) e William Forghieri (ex-Gang 90, teclados), a Blitz causou tanto burburinho na noite carioca que conseguiu um contrato para gravar um compacto – o de Você Não Soube Me Amar, história de um desencontro amoroso, cantada (quer dizer, mais falada que cantada) na linguagem malandra dos jovens da Zona Sul carioca.
Lançado em junho, o compacto (que no lado B, trazia apenas Evandro dizendo "Nada, nada, nada...") vendeu 100 mil cópias em três meses. Lançado em setembro, o primeiro LP da banda, As Aventuras da Blitz, que trazia ainda as músicas Mais Uma de Amor (Geme Geme) e De Manhã (Aventuras Submarinas) , transformou a banda num fenômeno nacional. Mais dois discos (Radioatividade, 1983, e Blitz 3, 1984), centenas de shows, um punhado de sucessos (Weekend, Bete Frígida, Egotrip) e a banda terminava em 1986. Voltaria, anos mais tarde, sem Fernanda Abreu, para repetir os sucessos.